Sessão especial do Senado homenageia Dia Mundial da Homeopatia

Ocorreu há pouco sessão remota e semipresencial especial do Senado Federal destinada a celebrar o Dia Mundial da Homeopatia. A Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB) foi articuladora da ação, tendo sido representada na sessão por seu presidente, Luiz Darcy Gonçalves Siqueira, pelo vice-presidente da região Sudeste, Ariovaldo Ribeiro Filho, pela coordenadora da comissão de educação, Rosana Mara Ceribelli Nechar, e pelo coordenador da Comissão de Saúde Pública, João Márcio Berto.
Também marcaram presença Karen Berenice Denez, secretária da Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas, Andrea Padre, diretora científica da Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas Homeopatas, Marcos Zulian Teixeira, pesquisador da Faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo, USP, e Ubiratan Adler, médico homeopata e docente do Departamento de Medicina na Universidade Federal de São Carlos.

Veja a seguir o discurso feito na abertura de sessão especial, realizado pelo senador Nelsinho Trad e assista a homenagem no vídeo.

“Senhoras e Senhores, a sessão especial que agora se inicia objetiva celebrar o Dia Internacional da Homeopatia, comemorado, anualmente, em 10 de abril, e teve origem no Requerimento nº 238, de 2022, de autoria dos Senadores Nelsinho Trad, Wellington Fagundes, Paulo Paim e Izalci Lucas, e das Senadoras Mara Gabrilli e Soraya Thronicke, aos quais parabenizo pela tempestividade e oportunidade em sugerir pauta tão significativa do ponto de vista da saúde pública. A data, 10 de abril, é uma referência ao aniversário de Samuel Hahnemann, médico alemão que iniciou a homeopatia no ano de 1796.O núcleo básico da homeopatia apoia-se no reconhecimento do corpo humano como a máquina mais perfeita, complexa e habilidosa de que se tem notícia em todo o universo, superior a todas as criações das mais diversas áreas de conhecimento estudadas pelo ser humano, incluindo a farmácia, a química e todos os outros campos provedores de terapêutica. Mesmo sem entender por completo o corpo humano ou conseguir replicá-lo, a medicina aprendeu a jogar com ele a seu favor, sendo as especialidades médicas mais efetivas da atualidade aquelas que incluíram o recurso de usar os próprios mecanismos internos e intrínsecos do corpo humano no processo de cura, como a imunologia, que tem tido destaque especial nos últimos três anos por ser a linha de frente no enfrentamento da pandemia de covid-19.
Os tratamentos mais modernos, até mesmo na oncologia, abarcaram o propósito de se produzir vacina contra o câncer; estimulando o sistema imunológico a combater, por si só, a doença, sem a necessidade de medicamentos tóxicos e, muitas vezes, tão debilitantes quanto a própria enfermidade. A ideia central da homeopatia é, essencialmente, a mesma: usar de substâncias às quais o corpo humano, sabida e comprovadamente pelos meios científicos, reage para produzir respostas metabólicas capazes e suficientes para estimular o processo de autocura.
Isso feito de uma forma amena, em pequenas doses, de modo a não provocar agravo ao doente, respeitando o princípio médico da não maleficência.
Assim como a imunologia usa de vírus vivos atenuados, inativados ou de partículas dos vírus, a homeopatia estuda compostos que, em determinada quantidade, podem causar doença em algum sistema do corpo humano sadio, reduzindo a dose a uma concentração que não seja mais tóxica, todavia capaz de ser reconhecida pelo corpo humano como indutora de determinada resposta desejada.
O processo de adoecimento é individual, bem como deve ser, também, o processo de cura. Essa é a base da filosofia que orienta a homeopatia, cujo fundamento é uma abordagem holística do médico sobre o ser humano. Não obstante esse caráter humano e abrangente, a homeopatia adota o método científico, sendo uma ciência devidamente reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina desde o ano de 1980. Contudo, existe, por razões não muito bem esclarecidas, um grande desconhecimento por parte da sociedade e dos profissionais de saúde em relação a essa ciência. Os estudantes da área de saúde têm pouco ou nenhum aprofundamento sobre o tema em suas grades curriculares. Apenas algumas faculdades do Brasil, em geral as mais renomadas, como é o caso da Universidade de São Paulo, têm cadeiras de homeopatia em sua grade de ensino nos cursos como o de medicina, por exemplo. O desconhecido gera mistério, e o mistério leva ao preconceito; isto resume, de certa forma, a relação de descrença na homeopatia por parte de alguns operadores de saúde brasileiros.
Julgo que o Brasil precisa quebrar seus preconceitos contra essa ciência que é a homeopatia, processo que deve se iniciar entre os profissionais de saúde, especialmente entre os médicos — naturais prescritores de fármacos e que, apesar de haver um Conselho Federal validando a homeopatia, resistem em aprofundar seus conhecimentos sobre o tema, refutando a validade dessa prática terapêutica, muitas vezes de forma preconceituosa e infundamentada, como costuma ser a matriz dos preconceitos.
De acordo com dados do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná, na Europa, 75% da população reconhece o valor científico da homeopatia e 30% a utiliza como terapêutica. Investir na difusão de conhecimento é essencial para romper preconceitos. Esta sessão especial visa, portanto, não apenas celebrar Dia Internacional da Homeopatia, mas, também, dar impulso a um processo de fortalecimento e de consolidação da homeopatia, nos moldes do que ocorre na Europa. A sessão visa, também, dar impulso ao processo de correção dos currículos acadêmicos dos cursos medicinais, de modo a promover saúde, disponibilizando ao povo brasileiro todas as opções terapêuticas possíveis. Permitir que o paciente decida, de maneira esclarecida, entre as alternativas cientificamente validadas para tratar suas enfermidades é direito fundamental, constitucionalmente protegido, abarcado pelo princípio da dignidade da pessoa humana. De modo que é dever deste Senado Federal e do Congresso Nacional fomentar o fim do desapreço pela homeopatia frente a outras especialidades médicas.

O Brasil é o maior parque de farmácias homeopáticas do mundo. Nossa população respeita e se beneficia dessa ciência que tem mais de 200 anos. Com mais investimento na disseminação adequada desse conhecimento nos centros de ensino terapêutico, nosso povo poderia ser favorecidos com menos toxicidade farmacológica e mais saúde.
Era o que tinha a dizer.
Muito obrigado”.

Confira o vídeo da sessão especial:
https://www12.senado.leg.br/noticias/videos/2022/04/ao-vivo-sessao-comemora-o-dia-internacional-da-homeopatia

https://www12.senado.leg.br/tv/plenario-e-comissoes/sessao-especial/2022/04/comemoracao-do-dia-internacional-da-homeopatiafbclid=IwAR2o3E2oL2C81C_mLbtL6Hrz_XrG6COMHHZ4NT44Nc9P81BJqfBL8SOoAmQ


Confira na íntegra o discurso do Presidente da AMHB.

Confira o discurso do Dr. Ariovaldo Ribeiro Filho

Confira a apresentação do Dr. Marcus Zulian Teixeira

Confira o discurso da Dra. Rosana Ceribelli Nechar

Confira a apresentação do Dr. João Márcio Berto

Confira o discurso da Dra. Karen Berenice Denez

Confira o discurso da Dra. Andrea Padre

Confira o discurso do Dr. Ubiratan Cardinalli Adler


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