A influência neurofisiológica do fenômeno Placebo-Nocebo

Os fatores placebo e Nocebo, podem vir a influenciar a expectativa do paciente por uma melhora ou piora do seu quadro clínico. Devido a alteração da atividade de determinadas regiões cerebrais e da liberação de neurotransmissores específicos.

O efeito neurofisiológico do Placebo-Nocebo

Dentre os mecanismos moduladores da analgesia placebo, por meio da expectativa pela diminuição da dor, estimula-se os opióides endógenos. Por outro lado, em relação ao efeito nocebo hiperálgico, a percepção da intensidade do estímulo doloroso é amplificada após uma expectativa negativa.

Por exemplo, na depressão existem evidências apontando que as diferentes regiões cerebrais relacionadas à serotonina estariam envolvidas na resposta placebo. Do mesmo modo, que outros estudos indicam que sugestões verbais negativas, induzem ansiedade antecipada sobre o provável aumento da dor, ativando o sistema colecistoquinérgico, facilitador da transmissão dolorosa e diminuindo a atividade dos opióides endógenos, promovendo hiperalgesia nocebo. O efeito nocebo também mostrou afetar experimentalmente outras condições clínicas, como a doença de Parkinson.

<<LEIA TAMBÉM: Protocolo de pesquisa clínica no tratamento e prevenção da epidemia de COVID-19>>

Como funciona o efeito placebo?

Portanto, uma intervenção placebo gera uma expectativa positiva, onde os neurônios do córtex pré-frontal são ativados. Por sua vez, estas células enviam impulsos glutamatergicos excitatórios diretos e impulsos gabaérgicos inibitórios indiretos aos neurônios dopaminérgicos ao longo do corpo, estando na combinação destes sinais o requisito para sua ativação tônica.

<<LEIA TAMBÉM: Homeopatia na COVID-19 – Lançamento da plataforma de atendimento>>

O uso dos placebos-controlados em ensaios padrão-ouro

Os ensaios clínicos randomizados, duplos-cegos e placebos-controlados, avaliam a eficácia de tratamentos diversos. Com isso, os relatos frequentes de mudanças clínicas significativas nos grupos placebo conduzem à ideia de que a intervenção pode apresentar alguns efeitos nas condições clínicas.

Em conclusão, ainda não é possível afirmar a especificidade e magnitude desse fenômeno de forma generalizada.

Além disso, os tratamentos homeopáticos não se tratam de um efeito placebo. Entretanto, os médicos e homeopatas, podem usar esse conhecimento para estimular as expectativas conscientes positivas dos seus pacientes, e valorizar cada vez mais a humanização da relação medico-paciente.

Acesse o conteúdo completo sobre o efeito placebo-nocebo em:https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302009000100008&lng=en&nrm=iso.

Compartilhe


Veja mais

Em mais um ataque orquestrado contra a Homeopatia, “Folha de São Paulo” publica Editorial falacioso contra a especialidade médica

Marcus Zulian Teixeira**Médico homeopata, doutor em ciências médicas e pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo...

Livro digital “HOMEOPATHY is not PLACEBO EFFECT”

Em comemoração ao DIA INTERNACIONAL DA HOMEOPATIA (10/04), data do nascimento de Samuel Hahnemann, estamos lançando o livro digital...