Os fatores placebo e Nocebo, podem vir a influenciar a expectativa do paciente por uma melhora ou piora do seu quadro clínico. Devido a alteração da atividade de determinadas regiões cerebrais e da liberação de neurotransmissores específicos.
O efeito neurofisiológico do Placebo-Nocebo
Dentre os mecanismos moduladores da analgesia placebo, por meio da expectativa pela diminuição da dor, estimula-se os opióides endógenos. Por outro lado, em relação ao efeito nocebo hiperálgico, a percepção da intensidade do estímulo doloroso é amplificada após uma expectativa negativa.
Por exemplo, na depressão existem evidências apontando que as diferentes regiões cerebrais relacionadas à serotonina estariam envolvidas na resposta placebo. Do mesmo modo, que outros estudos indicam que sugestões verbais negativas, induzem ansiedade antecipada sobre o provável aumento da dor, ativando o sistema colecistoquinérgico, facilitador da transmissão dolorosa e diminuindo a atividade dos opióides endógenos, promovendo hiperalgesia nocebo. O efeito nocebo também mostrou afetar experimentalmente outras condições clínicas, como a doença de Parkinson.
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Como funciona o efeito placebo?
Portanto, uma intervenção placebo gera uma expectativa positiva, onde os neurônios do córtex pré-frontal são ativados. Por sua vez, estas células enviam impulsos glutamatergicos excitatórios diretos e impulsos gabaérgicos inibitórios indiretos aos neurônios dopaminérgicos ao longo do corpo, estando na combinação destes sinais o requisito para sua ativação tônica.
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O uso dos placebos-controlados em ensaios padrão-ouro
Os ensaios clínicos randomizados, duplos-cegos e placebos-controlados, avaliam a eficácia de tratamentos diversos. Com isso, os relatos frequentes de mudanças clínicas significativas nos grupos placebo conduzem à ideia de que a intervenção pode apresentar alguns efeitos nas condições clínicas.
Em conclusão, ainda não é possível afirmar a especificidade e magnitude desse fenômeno de forma generalizada.
Além disso, os tratamentos homeopáticos não se tratam de um efeito placebo. Entretanto, os médicos e homeopatas, podem usar esse conhecimento para estimular as expectativas conscientes positivas dos seus pacientes, e valorizar cada vez mais a humanização da relação medico-paciente.