As probabilidades do COVID-19 não desaparecer são altas, ainda que uma vacina seja finalizada e implantada. Provavelmente, o novo coronavírus permanecerá circulando entre a população mundial pelas próximas décadas. Aliás, doenças que resistem aos esforços de erradicação são chamadas de doenças endêmicas, como o sarampo e o HIV.
É um tanto assustador viver num mundo repleto de vírus que não podemos eliminar. Entretanto, especialistas em epidemiologia, gerenciamento de danos e desenvolvimento de vacinas explicam que entender essa característica do vírus é crucial para a próxima fase do enfrentamento da doença. Pois, natureza de longo prazo do COVID deve servir como guia à sociedade, investimentos, estratégias e alternativas para o caos econômico causado pela pandemia.
O que são doenças endêmicas?
Doenças com presença constante em um grande número de pessoas podem se considerada endêmicas. A malaria e a catapora são exemplos de doenças endêmicas, que apesar da vacina não foram erradicadas e todos os anos surgem muitos casos em todo o mundo.
Entre tantas incertezas a permanência do vírus é uma das poucas coisas que o futuro possivelmente nos reserva, mas isso não significa que a situação continuará ruim para sempre. Uma vez que quatro coronavírus endêmicos já circulam entre a população provocando o resfriado comum. Para muitos especialistas o COVID se tornará o quinto, com redução dos efeitos conforme o sistema imunológico se adapte a nova ameaça e o organismo se torne capaz de neutralizar o vírus.
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Contudo, como grande parte da população ainda não foi infectada permanecem suscetíveis ao vírus. Por se tratar de uma doença extremamente contagiosa o número de casos continua crescendo, mesmo em países que no início conseguiram suprimir. Entretanto, se nada for feito o novo coronavírus simplesmente vai continuar afetando a população.
A questão é se o vírus chegou para ficar, como vamos nos manter seguros?
Pensamento de longo prazo, esforço conjunto e coordenação internacional são essenciais no combate de doenças endêmicas, pois, a extinção do vírus pode levar décadas, se acontecer. Esforços que necessitam de tempo, dinheiro e, especialmente, vontade política.