PROVA DE TÍTULO DE ESPECIALISTA EMHOMEOPATIA – 2024 – PARTE 2

GABARITO CASO CLÍNICO E PROGNÓSTICO CLÍNICO DINÂMICO
CASO CLÍNICO

1) Depressão. Síndrome. Transtorno depressivo maior.

Problema médico caracterizado por diversos sinais e sintomas, dentre os quais dois são essenciais: humor persistentemente rebaixado, apresentando-se como tristeza, angústia ou sensação de vazio e redução na capacidade de sentir satisfação ou vivenciar prazer. O estado depressivo diferencia-se do comportamento “triste” ou melancólico que afeta a maioria das pessoas por se tratar de uma condição duradoura de origem neurológica acompanhada de vários sintomas específicos. Ou seja, depressão não é tristeza. É uma doença que tem tratamento. Estima-se que cerca de 15 a 20% da população mundial, em algum momento da vida, sofreu de depressão. A depressão é mais comum em pessoas com idade entre 24 e 44 anos. A ocorrência em mulheres é o dobro da ocorrência em homens. As causas da depressão são inúmeras e controversas. Acredita-se que a genética, alimentação, estresse, estilo de vida, separação conjugal e dos pais, rejeição, drogas, problemas na escola e outros fatores estão relacionados com o surgimento ou agravamento da doença. A Mania corresponde ao oposto da depressão. 

Essenciais para o diagnóstico: 

  • Humor persistentemente rebaixado, apresentando-se como tristeza, angústia ou sensação de vazio;
  • Diminuição do interesse e prazer em atividades que antes eram prazerosas 

Outros sintomas de depressão incluem: 

  • Ansiedade
  • Afastamento de amigos ou pessoas 
  • Cansaço e perda de energia 
  • Falta de vontade de realizar uma determinada tarefa que progressivamente se alastra ou pode alastrar a muitas outras atividades. 
  • Vontade de chorar ou chora às escondidas. 
  • Tem maus resultados escolares, devido á incapacidade em se concentrar. 
  • Vontade de ficar só. Afasta-se de tudo e todos. 
  • Não querer ouvir barulhos ou querer música ou barulhos em altos berros (pois é uma forma de se alhear e afastar do que se passa à sua volta). 
  • Sentimento de tristeza persistente 
  • Problemas de autoconfiança e autoestima 
  • Sente-se triste e abatida sem conseguir encontrar algo que a anime ou que lhe consiga despertar interesse. 
  • Dificuldade de concentração e de tomar decisões 
  • Sentimentos de culpa, desesperança, desamparo, solidão, ansiedade ou inutilidade 
  • Alterações no sono; Dificuldades em adormecer, acordar muito mais cedo do que o habitual, dormir em excesso ou pesadelos 
  • Medo de executar determinada tarefa; ou medo do que possa acontecer se falhar. Vive obcecada com a sua incapacidade ou com o que possa acontecer a outrem se ela falhar. 
  • Isolamento: evitar outras pessoas. 
  • Perda de apetite com diminuição do peso ou compulsão alimentar 
  • Pensamentos de suicídio e morte 
  • Inquietação e irritabilidade 
  • Autoagressão 
  • Mudanças na percepção do tempo 
  • Acessos de choro 
  • Possíveis mudanças comportamentais como agressão ou irritabilidade 
  • Medo ou sensação de ser ou estar sendo abandonado 
  • Desleixa-se com o vestir ou com a sua apresentação. Isso deixou de lhe interessar. 

2) Aceita-se qualquer bateria de exames subsidiários gerais e específicos que explore o metabolismo e as queixas cardíacas (hipertensão e palpitações). Devem ser valorizadas: (a) solicitação de avaliação psicológica/psiquiátrica; (b) exploração semiológica complementar do coração.

3) Sifilinismo ou fluorismo, valendo como justificativa os antecedentes familiares de alcoolismo e depressão além do conjunto de sintomas sifilínicos apresentados pela própria doente (dores, ósseas, agravação noturna, ideação suicida, p.ex.)

    4) 10 destes DEVEM estar contemplados na resposta: IDÉIA DE CULPA, IDÉIA DE QUE NEGLIGENCIOU SEUS DEVERES, IDÉIA DE TER ERRADO, IDÉIA DE INUTILIDADE, TRISTEZA, FALTA DE GOSTO PELA VIDA, TENDENCIA AO ISOLAMENTO, SENSAÇÃO DE ABANDONO, MELHORA PELA MUSICA, IDÉIAS DE SUICIDIO, TENDENCIA A ATIRAR-SE DE UMA JANELA, INTOLERANTE À CONTRADIÇÃO, COLERA VIOLENTA, MEDO DE DOENÇA CARDIACA, PALPITAÇÕES, SENSAÇÃO DE PESO NA REGIÃO TORÁXICA, DORES ÓSSEAS COM AGRAVAÇÃO NOTURNA, GEME DURANTE O SONO, DESEJO DE BEBIDAS ALCOOLICAS E AVERSÃO Ã CARNE. 

    5) Verificar se a repertorização está correta do ponto de vista metodológico quanto  (a) tipo de repertorização (mecânica ou sem escolha de sintoma diretor, semi- artística ou com escolha de sintoma diretor ou artística ou por eliminação); vale também modelo misto (mecânica para os sintomas mentais definindo o universo de medicamentos e posterior avaliação dos sintomas cobertos por eles; (b) registro dos medicamentos e dos sintomas; (c) critério para definição do(s) principal(ais) medicamentos e do “simillimum” (pontuação, cobertura). 

      6) (a) Aurum metallicum (referência obrigatória); (b) outras referências obrigatórias: Nux vomica e Phosphorus; (c) a referência de qualquer um outro deve ser objeto de consulta a um dos textos de Matéria Médica Homeopática existente na Bibliografia. 

        GABARITO PROGNÓSTICO CLÍNICO DINÂMICO 

        7) Medicamento correto qualitativa e quantitativamente (potência e dose); trata-se de paciente funcional pois evoluiu sem agravação e portanto curável; conduta expectante. 

          8 – Medicamento correto qualitativamente pois proporcionou melhora total, porém quantitativamente insuficiente (há evidências de potência adequada, pois enquanto tomou melhorou, provável insuficiência de repetição); trata-se de paciente funcional pois evoluiu sem agravação e portanto curável; conduta repetir mais algumas doses do mesmo medicamento na mesma potência, podendo considerar-se também se o candidato optar por aumentar um pouco a potência. 

            9) Medicamento parcialmente correto qualitativamente (um similar) pois proporcionou melhora parcial; entretanto deve ser considerada a possibilidade de insuficiência quantitativa (pouco estímulo justificando a resposta parcial);evoluiu sem agravação, sendo portanto curável; conduta repetir o mesmo medicamento em potência, mais alta; mudança de medicamento deste caso pode ser conduta precipitada, devendo ser considerada se e quando o primeiro medicamento prescrito ter sido capaz de fazer desaparecer parte dos sintomas e a totalidade sintomática residual indicar outro medicamento (complementar). 

              10) Medicamento correto qualitativamente, pois proporcionou sensação subjetiva de bem estar geral, porém quantitativamente exagerado, pois ocorreu agravação homeopática;; trata-se de paciente lesional leve pois evoluiu com agravação homeopática e portanto curável; conduta expectante; pode ser considerada a indicação de um homeodoto. 

                11) Medicamento correto qualitativamente, pois proporcionou melhora total, porém quantitativamente exagerado, pois ocorreu agravação patogenésica; trata- se de paciente funcional pois evoluiu sem agravação homeopática e portanto curável; conduta expectante; pode ser considerada a indicação de um homeodoto. 

                GABARITO MINICASOS 

                Minicaso 1 

                Diagnostico clinico Cistite, uretrite, infecção urinária, “cistite da lua de mel” 
                Diagnostico medicamentoso qualitativo Staphysagria 
                Sintoma determinante A causalidade, a saber o inicio da atividade sexual (trata-se da “cistite da lua de mel”) 

                Minicaso 2 

                Diagnostico clinico Abscesso cutâneo 
                Diagnostico medicamentoso qualitativo Hepar sulphuris calcareum 
                Sintoma determinante Secreção do tipo purulenta, com cheiro muito forte que “parece de queijo velho”